15 anos após morte da missionária Dorothy, crimes continuam
15 anos depois da morte da missionária americana Dorothy Stang, outros assassinatos foram registrados pelo mesmo motivo: disputa por terra na região.
Pelos corredores da diocese do Xingu caminha Dom Erwin Krautler, australiano, que iniciou em Altamira sua vida eclesiástica. Foi ele quem recebeu a missionária norte-americana Dorothy. Hoje é bispo emérito da igreja em Altamira e lembra como foi a primeira conversa com ela.
“Ela de repente apareceu no balcão, com sotaque americano bem carregado, eu disse, seja bem vinda”, relembra o bispo emérito. A irmã dorothy, como era conhecida, fez um pedido especial ao então bispo do Xingu. ” Ela disse que queria trabalhar com os mais pobres da prelazia”.
A missionária foi enviada a Anapu, aproximadamente 140 quilômetros de Altamira. Aonde Dorothy começou a luta em defesa da Amazônia, batendo de frente com interesses de madeireiros da região.
Durante o período que viveu na região, a missionária recebeu várias ameaças de morte, até ser executada em 12 de fevereiro de 2015. Outras mortes por conflitos de terra aconteceram após a morte de Dorothy. Pouca coisa mudou na região.
Nos últimos cinco anos foram registradas 19 mortes de trabalhadores rurais somente no município de Anapu. Na maioria dos casos ninguém foi preso ou julgado. Já os envolvidos na morte da missionária, dois fazendeiros, foram a julgamento.
Vitalmiro Bastos de Moura cumpriu parte da pena e foi solto, já Regivaldo Pereira Galvão está preso. “Não mudou muito, o conflito é sempre as visões a respeito da Amazônia. E o interessante é que quase nenhum dos que mandam matar são punidos”, declara Dom Erwin.
Fonte: Confirma Notícia

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